Três
voltas deu o burro ao palratório e depois de zurrar três vezes, “Tres
resonantes pedit in auras” (lançou para o ar três ressonantes peidos). Uma
abelha enorme poisou-lhe na cabeça e iniciou uma dança que apenas os animais
conheciam. E como na natureza não existem regimes, fácil se torna descodificar
a comunicação: - Quando a terra era habitada pelos espetos, chamaram-me rainha.
Nem a doçura que lhe ensinamos, quando por eles éramos escravizadas, lhes abriu
as portas da natureza. Eu sou a Mãe de uma enorme família que faz parte de
tantas famílias abraçadas pela natureza. Vamos voltar para as flores, encher o
vento de pólen e os dias e as noites sem a prisão do tempo.
O lobo
ergueu-se nas quatro patas, uivou e fechou a assembleia: - Voltemos para os
nossos cantos. Às vezes uns ventos maus toldam-nos a ligação à terra.
Saltou do palratório e todos partiram.
Todos?
Não, ficaram os porcos.
Por convite e sugestão da Ana Tapadas do "Sul Sereno" vim ouvir as Conversas do Compadre Zé. Cheguei no epílogo da dita, mas amanhã voltarei para ler tudinho e quiçá opinar. Sou muito opinativa - para mal sos meus pecados, ou não fosse também eu alentejana...
ResponderEliminarFique bem Compadre, vou levar a sua morada comigo, para me ficar menos longo o caminho. :)