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terça-feira, 17 de setembro de 2024

Da destruição da Escola Pública .... parte II

 

- Que nos diz hoje compadre?

- A verdadeira desgraça para a escola publica começou na década de noventa! A distopia pedagógica pariu uma série de metodologias e pedagogos, que tinham como única intenção promover os seus autores.  Tornou-se cómica  a famosa universidade de Boston. Uma série de teóricos fizeram lá as suas graduações académicas e chegados a Portugal vadiaram pelas escolas vendendo formações e questionando a praxis docente! Com ironia, e perante o espalhafato, foram timbrados como os doutorados em " bosta". Alguns chegaram longe, a quadros superiores no ensino superior ou membros distintos do ministério da  educação. Depois vieram ministros da educação (?!) que decidiram fazer uma guerra contra os professores. Apoiados pelo terrorismo dos media nacionais, viraram a população contra os professores, dividiram a classe, e era ver novos contra velhos, provisórios contra efetivos, competentes contra incompetentes... A população assumiu que os professores nada faziam, tinham horários reduzidos e ganhavam muito! Autorizaram os encarregados da educação a entrarem pela escola dentro - e houve bofetadas dentro da sala de aulas, perseguição nas ruas... A escola perdeu a pouca autoridade que já tinha! E foi o descalabro! O conhecimento deixou de ser importante. reduziram-se os exames nacionais,  tornaram a escola racista e a violência tornou-se normal entre os alunos. Tenho para mim que qualquer dia teremos uma  violência na escola que os Estados Unidos exportaram .

- Como compadre? Essa é uma acusação grave!

- Compadre na escola passaram a existir apenas algumas turmas, poucas, com qualidade - uma espécie de turmas de mérito! São os filhos dos encarregados de educação que se preocupam com os filhos, normalmente da classe média, que pagam explicações e fazem um acompanhamento continuo porque já não acreditam na escola. Para uma grande parte e seguindo a máxima das reuniões de avaliação, os docentes enchiam as pautas com a célebre frase (" os alunos devem repensar o seu percurso escolar")! Acabou então o salto social. Aumentaram o número de turmas do ensino profissional, com currículos inúteis, onde a ordem era - "todos devem passar" . E os docentes viam-se à nora para gerir a estrutura modelar caso não quisessem passar as férias a recuperar módulos. Criaram para os alunos problemáticos uma série de projetos (turmas) especiais! Passamos a ter a maioria dos alunos que acabam  o nono ou o décimo segundo ano sem saber sabem ler nem escrever! 

- Mas existe avaliação e exames, Compadre!

- Não me faça rir... Os exames nacionais tornaram-se fáceis. Nos critérios de correção, criaram-se artimanhas , que a escolha múltipla poderia valer 9 valores, e nem era preciso acertar em tudo!

- Compadre, e os políticos não viram isso e não fizeram reformas?

- Os políticos andaram sempre a reboque de políticas criminosamente eleitolaristas.  Começaram por destruir na população o sentido de responsabilização  sobre o dever de se sacrificarem pelos filhos! Manuais  grátis para todos, esquecendo-se de que sempre se apoiou os necessitados! Ocupação dos alunos até muito tarde - transformação da escola num armazém que libertou a maioria dos pais da sua responsabilidade educativa. A maioria dos filhos foram abandonados na escola pública. E como dizia o compadre Manel: " Temos na escola Encarregados de Educação e reprodutores (que já exigem que tomem conta dos filhos também nas férias)". Se ao menos houvesse a coragem de impor a escolaridade obrigatória até ao nono ano...



(continua)