sexta-feira, 31 de maio de 2024

Os candidatos ao parlamento europeu e o paradoxo do Burro de Buridan

 - Então compadre Zé, Um burro novo?
-É verdade compadre, novo e inteiro o magano! 
- Então como se chama a alimária compadre?
- Burridão, compadre! Eu tinha para mim que se deveria chamar Bugalhinho, mas a minha senhora, teimosa como todas as alentejanas, ditou a sentença e ficou Burridão.
- O compadre está a brincar comigo. Que raio de nome é esse para um asno?
- A verdade é  que o bichano saiu-me um filósofo e agora decidiu candidatar-se ao parlamento europeu!
- Porra compadre, o que é que esse nome tem a ver com o parlamento europeu?
- Tudo compadre! Vocemecê compare este candidato com os seus pares , não lhe faz lembrar nenhum paradoxo?
- Mau,  compadre,  isto é que vai aqui uma burricada! Onde está o paradoxo?
- Isto é uma história muito antiga.  Jean Buridan era um compadre filósofo do século XIV.  Homem avisado e muito culto engendrou uma situação em que um burro era colocado à mesma distancia de uma cocho de água e de um fardo de palha. A sua sede é proporcional à sua fome. Habituado a escolher sempre o mais próximo, o patudo pôs-se a pensar!  Com o focinho espetado entre a água e o feno, matutou, magicou, cismou... primeiro caiu-lhe a orelha esquerda, depois a direita, alçou o rabo e esticou o pernil. Tenho para mim que quando pequenos e respondiamos ao professor "mas eu pensei"  - perante a asneira e as reguadas - ouviamos a célebre frase " a pensar morreu um burro", tem origem neste célebre paradoxo.
- Continuo a não perceber o que isso tem a ver com o parlamento europeu e os candidatos.
- Tudo compadre. Com este parlamento onde também se sentam terroristas, racistas, insensatos, anti europeistas, esquisitoides, nazis, trotskistas, moistas, estalinistas e outras desumanidades - cada vez com menos candidatos democratas , não fique parado a escolher entre: Voto ou não voto? - Não vote, vá à pesca, mande-os à merda , que é o que tem feito o povo português ultimamente nestas eleições. 

quinta-feira, 30 de maio de 2024

Alguém lúcido leva este parlamento a sério? O que leva o Presidente a agir desta maneira? Que comunidade europeia é esta onde existem países que estão dentro e fora ao mesmo tempo?

 Ut sementem feceris, ita metes. (Cicero)

Ao fim de cinquenta anos a classe política foi destruindo lentamente uma democracia sonhada! A utopia de uma Europa unida e solidária está transformada numa manta de retalhos absurdos e contraditórios. A reboque da loucura americana e russa, é dominada por comissários insensatos  e por um parlamento que não é mais do que um clube de riquinhos que se bamboleiam entre sinecuras dispendiosas e o fausto das noitadas em Estrasburgo.

Depois de uma eleição forjada pelo presidente da Républica com decrepitudes (todos intuimos quais), com a aceitação hipócrita do anterior ministro e com a ajuda de uma justiça decadente, o povo, desinformado pelos interesses dos media, votou com raiva vingativa. Pariu, então, um governo liderado por mais um mercenário da política: agressivo, rico, a lembrar, quando abre a boca, num feirante de guarda chuvas num dia de sol. Desse parlamento, saído da contestação ignorante - brade-se aos céus- só temos recebido impropérios, discursos histéricos, debates que envergonham uma casa que deveria ser o exemplo da democracia e uma motivação contra o racismo e a desunião nacional.

Eu, que sou um pai orgulhoso de um filho genial, com uma vastissima e profunda formação académica, e que emigrou para a Suíça, quando o atual primeiro ministro defendia as cores daquele que mandou os jovens imigrar, não acredito minimamente na seriedade deste governo! Criaram um universo de ilusões, que apenas pretendem atrair os votos da juventude. Os mais desfavorecidos continuarão a ser a casta inferior à procura das migalhas atiradas por governos inúteis. Os privilegiados já poderão comprar uma casa de 400 mil euros... E continuamos com um ensino que não aposta no conhecimento, que não permite o salto social, e apenas garante o futuro daqueles, que apoiados em explicações ou colégios particulares, têm acesso às melhores universidades! Ou então aqueles que por vertigem monárquica tiveram a sorte de ser filhos de políticos emprenhando os gabinetes e tacho dos estado. Só falta que alguém, para dar a imagem de uma nova juventude, chegue a ministro ou ministra de algum ministério importante! Não esqueçamos, também, aquela universidade elitista, que deveria estar apenas ao serviço dos pobres e desfavorecidos, e que vai negociando com políticos e poderosos vendendo sondagens impregnadas de água benta! Espero que um qualquer aluno seu não se transforme em candidato imberbe ao parlamento europeu.

E pegando nessa espécie de parlamento putativamente europeu, tremo só de pensar que quem por lá anda nos está a arrastar criminosamente para uma guerra que destruirá definitivamente o futuro dos nossos jovens.