quinta-feira, 20 de julho de 2023

O estado da nação ou o assalto dos oportunistas ...

 



Civitatis gentis vel occasiones oppugnationis



- Viva Compadre Zé, santas tardes…

- Ou tardes inúteis. Liguei a telefonia e mais uma vez me senti enojado com aqueles que se dizem “os representantes” da democracia.

- Falemos, então, do estado atual da nação…

- Temos que voltar ao passado compadre, só assim entenderemos como políticos sucessivos, dos mais diversos partidos, apodreceram esta democracia.

- Vamos a isso compadre.

- Comecemos por falar daquela classe, intelectualmente risível, que a pouco a pouco foram transformando este país numa pocilga: os advogados e os economistas.

Os primeiros juntaram-se em clãs fechados em grandes escritórios e assaltaram todas as instituições publicas. Qual enxame de vespas, planificavam as leis a aprovar e impunham a sua vontade na assembleia da Républica e nos ministérios que tomaram de assalto.

Temos, então, leis que não defendem o país da injustiça mas os interesses dos poderosos ( patrões da comunicação social, grandes empresas, grandes bancos, interesses estrangeiros …).

Possuímos até uma constituição interessante! Agora repare compadre, a sua interpretação é corrompida a todo o momento ao ponto de termos sumidades que a “decifram” à sua maneira e outros exatamente o contrário ( a maioria das vezes em conluio). Esqueçamos a palhaçada do antigo tribunal constitucional dirigido por dois ou três académicos gurus mortinhos por aparecer na televisão.

O problema, com esta gente de direito, que se vem agravando com as borlas das universidades privadas, está situado na péssima formação das faculdades de direito, pior , ainda, que no tempo da ditadura. Falta a filosofia ética, o latim, a hermenêutica jurídica, a honra, a dignidade, e a inteligência. Tomaram conta do estado de direito, construíram-no à sua maneira, apodreceram-no, tornando a justiça cara e apenas acessível a quem tem muito dinheiro.




Como dizia há dois mil anos o Compadre Cícero sobre estes “catilinas” : “Quo usque tandem abutere, Catilina, patientia nostra?(…)
Nihilne te nocturnum praesidium Palati, nihil urbis vigiliae, nihil timor populi, nihil concursus bonorum omnium, nihil hic munitissimus habendi senatus locus, nihil horum ora voltusque moverunt?( “Até quando, ó Catilina, abusarás da nossa paciência?” (…) “Nem a guarda do Palatino, nem a ronda noturna da cidade, nem os temores do povo, nem a afluência de todos os homens de bem, nem este local tão bem protegido para a reunião do Senado, nem o olhar e o aspecto destes senadores, nada disto conseguiu perturbar-te?”



Sobre os economistas fiquemos calados por agora.