- Então compadre , que me diz das
eleições da Madeira?
- São o reflexo do apodrecimento
político deste país. A assembleia da República, conforme o tempo passa, vai
estando cada vez mais insciente. São o resultado da dinastia familiar ( há por
aí partidos que mais parecem monárquicos) ! Os filhos e filhas substituem os
pais e há sempre um tacho à espera dos íntimos), da ciência das universidades de verão e
da clientela partidária. O nível da grande maioria do nosso parlamentares e
governantes é tão rasca e risível que a nossa democracia mais parece um circo
anárquico em autogestão.
- Compadre não está a ir longe
demais?
- Longe demais, Compadre?!
Voltemos então às eleições da Madeira que são o reflexo do que se tem passado
no continente. O número de inscritos era de 253.865 votantes. Votaram no
partido que se diz ganhador 58.399 votos. Os remanescentes ainda ficam aquém do
número da abstenção! Será que aqueles que não votaram são os menos
esclarecidos? Não acredito. Numa democracia plena e não manipulada pelos meios
de informação social, ninguém dá o seu aval a quem não é competente. Ou como
dizia o meu compadre Coelho, homem avisado e de muita cultura: - “Se ao menos o
candidato fosse um cão com uma gravata…” Vêm aí as eleições para a europa, vai
ver o descalabro. O apodrecimento das democracias europeias é progressivo.
- Tem que reconhecer que tem
havido políticos muito bons neste país.
- Mas foram "pouquichinhos". A
memória é curta! O 25 de abril foi muito lindo, depois… Bem depois foram as
lutas entre russos e americanos que quase nos levaram à guerra civil…. Mais
tarde apareceram aqueles que ao sabor de interesses obscuros gastaram milhões
em betão e alcatrão. Pagaram para arrancar oliveiras centenárias e vinhas de
qualidade para semearem girassol e outras coisas que nem se colheram! Depois
deram dinheiro para plantar outra vez oliveiras e vinhas ! Veja-se o que por aí
vai. Os ministros, secretários de estado e afins foram para as grandes empresas
privadas e levaram com eles a família…péssimos políticos que abandonaram a
Pátria venderam-se a interesses bancários. Fiquemos por aqui porque o rol “ das
centenas de ovelhas que se deslocavam de herdade em herdade, e se multiplicaram em muitos milhões”.... Enfim, governaram-nos numa espécie de autogestão anárquica,
que privatizava, nacionalizava, e voltava a privatizar… O que era mentira
ontem, continua hoje como aldrabice. Alguém já se lembrou de fazer uma
investigação séria sobre as fortunas rápidas dos políticos que fizeram carreira
na governação?
- Quer dizer compadre que
vossemecê é um dos abstencionistas?
- Depende compadre! Com a água
que estes roncadores, voadores, polvos e pegadores têm metido, se aparecer por
aí um cão com uma gravata, eu vou votar.
Prometeis um mundo novo
Vede lá que pode o povo
Querer um mundo novo a sério.
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