quarta-feira, 27 de setembro de 2023

Quando a pouco e pouco os políticos deste país vão apodrecendo a democracia…


- Então compadre , que me diz das eleições da Madeira?

- São o reflexo do apodrecimento político deste país. A assembleia da República, conforme o tempo passa, vai estando cada vez mais insciente. São o resultado da dinastia familiar ( há por aí partidos que mais parecem monárquicos) ! Os filhos e filhas substituem os pais e há sempre um tacho à espera dos íntimos), da ciência das universidades de verão e da clientela partidária. O nível da grande maioria do nosso parlamentares e governantes é tão rasca e risível que a nossa democracia mais parece um circo anárquico em autogestão.

- Compadre não está a ir longe demais?

- Longe demais, Compadre?! Voltemos então às eleições da Madeira que são o reflexo do que se tem passado no continente. O número de inscritos era de 253.865 votantes. Votaram no partido que se diz ganhador 58.399 votos. Os remanescentes ainda ficam aquém do número da abstenção! Será que aqueles que não votaram são os menos esclarecidos? Não acredito. Numa democracia plena e não manipulada pelos meios de informação social, ninguém dá o seu aval a quem não é competente. Ou como dizia o meu compadre Coelho, homem avisado e de muita cultura: - “Se ao menos o candidato fosse um cão com uma gravata…” Vêm aí as eleições para a europa, vai ver o descalabro. O apodrecimento das democracias europeias é progressivo.

- Tem que reconhecer que tem havido políticos muito bons neste país.

- Mas foram  "pouquichinhos". A memória é curta! O 25 de abril foi muito lindo, depois… Bem depois foram as lutas entre russos e americanos que quase nos levaram à guerra civil…. Mais tarde apareceram aqueles que ao sabor de interesses obscuros gastaram milhões em betão e alcatrão. Pagaram para arrancar oliveiras centenárias e vinhas de qualidade para semearem girassol e outras coisas que nem se colheram! Depois deram dinheiro para plantar outra vez oliveiras e vinhas ! Veja-se o que por aí vai. Os ministros, secretários de estado e afins foram para as grandes empresas privadas e levaram com eles a família…péssimos políticos que abandonaram a Pátria venderam-se a interesses bancários. Fiquemos por aqui porque o rol “ das centenas de ovelhas que se deslocavam de herdade em herdade, e se multiplicaram em muitos milhões”.... Enfim, governaram-nos numa espécie de autogestão anárquica, que privatizava, nacionalizava, e voltava a privatizar… O que era mentira ontem, continua hoje como aldrabice. Alguém já se lembrou de fazer uma investigação séria sobre as fortunas rápidas dos políticos que fizeram carreira na governação?

- Quer dizer compadre que vossemecê é um dos abstencionistas?

- Depende compadre! Com a água que estes roncadores, voadores, polvos e pegadores têm metido, se aparecer por aí um cão com uma gravata, eu vou votar.

Fazem-me lembrar aquela quadra do Compadre Aleixo:

Ó vós que do alto império
Prometeis um mundo novo
Vede lá que pode o povo
Querer um mundo novo a sério.


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